No horizonte da construção civil brasileira, a promessa de erguer 30 milhões de novos imóveis até 2030 se torna um desafio possível graças à revolução digital e à integração da cadeia de produção. Em um setor historicamente conhecido por sua baixa digitalização e modelos tradicionais, o impulso da tecnologia emerge como catalisador para transformações significativas.
A complexidade inerente ao mercado, com sua atuação fragmentada e regionalizada, é o ponto de partida para entender os desafios que permeiam a construção civil. A falta de integração, evidente tanto nos canteiros quanto nos processos de supply e transações financeiras, revela a urgência de uma mudança de paradigma.
A duração média de 36 meses no ciclo produtivo da incorporação imobiliária, somada aos ciclos longos e burocráticos, destaca a necessidade premente de acelerar os processos. Contudo, um dos obstáculos mais significativos é o atraso na transformação digital, identificado como um dos setores com menor nível de digitalização desde a década de 1960.
A construção civil, responsável por resolver desafios complexos e impactar infraestruturas de comunidades inteiras, está diante de uma encruzilhada. Enquanto outras indústrias avançam com eficiência e produtividade, o setor da construção ainda opera em moldes antigos.
A pandemia, apesar dos desafios, acelerou a busca por soluções inovadoras. O crescimento de 6,9% no PIB da construção civil em 2022 e a abertura de mais de 243 mil vagas formais nos primeiros dez meses de 2023 reforçam a vitalidade do setor. As projeções da Abrainc indicam uma demanda futura de 30 milhões de novos imóveis até 2030, alinhando-se à tendência global de urbanização, onde 68% da população mundial viverá em áreas urbanas até 2050.
A tecnologia surge como uma peça fundamental nesse quebra-cabeça, sendo a integração da cadeia o segredo para o sucesso. Empresas que adotaram soluções digitais em todas as etapas da construção comprovaram resultados impressionantes: uma economia de até 34% no metro quadrado construído, prazos de entrega 21% mais curtos e uma agilidade surpreendente na assinatura de documentos.
Ao combinar tecnologia e integração da cadeia, a construção civil brasileira delineia um caminho mais eficiente e promissor. A atuação cíclica, onde a construção impulsiona a tecnologia e vice-versa, redefine a produtividade do setor, promovendo uma abordagem mais estratégica e inteligente. O futuro da construção civil no Brasil se revela, assim, como uma história de transformação digital e progresso, deixando para trás métodos obsoletos e abraçando um terreno fértil de oportunidades.
Fonte: Época Negócios
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