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Minha Casa Minha Vida (Faixa 3): Desafios e oportunidades para conquistar novos clientes – por Paulo Carvalho

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Minha Casa, Minha Vida: Faixa 3

Em um país marcado pela diversidade social e econômica, o programa habitacional do governo federal, o Minha Casa Minha Vida, tem desempenhado um papel crucial na realização do sonho da casa própria para milhões de brasileiros. Contudo, uma percepção arraigada tem limitado a visão sobre o programa, relegando-o a uma alternativa apenas para imóveis mais baratos. Hoje, vamos explorar a recente reformulação do programa, refletindo sua nova abrangência e o esforço em romper com estereótipos.

O Minha Casa, Minha Vida em Perspectiva

Desde sua implementação (2009), o Minha Casa Minha Vida tem sido um farol de esperança para famílias de baixa renda, proporcionando condições acessíveis para a aquisição da casa própria. Contudo, a percepção atual é de que o programa ainda se restringe apenas a imóveis modestos, relegando-o a uma opção de moradia mais básica. 

A Nova Reformulação: E as dúvidas para público final

Em resposta às demandas e evoluções no cenário imobiliário, o governo federal reformulou o Minha Casa Minha Vida (faixa 3), elevando seu teto de abrangência para imóveis de até R$ 350 mil, representando um aumento notável em relação às edições anteriores. No entanto, apesar dessas mudanças, para boa parte dos consumidores finais, persistem dúvidas e percepções equivocadas acerca do programa, especialmente em relação à crença de que ainda não abrange imóveis nessa faixa de valor.

O Valor de R$ 350 Mil e a Realidade das Famílias Atendidas

Ao observarmos o novo teto estabelecido, é importante ressaltar que para se qualificar para um imóvel nessa faixa de valor, a renda familiar deve ser de até R$ 8 mil reais. Essa condição abarca uma parcela significativa da população que recebe até 7 salários mínimos, enquadrando-se principalmente nas classes sociais C+ e B-.

Leia-se classe C+ e B- para a média entre as faixas C e B da população, que de acordo com o estudo da Tendências Consultoria estão divididos da seguinte forma:

Classe A: (renda mensal domiciliar superior a R$ 22 mil)

Classe B: (renda mensal domiciliar entre R$ 7,1 mil e R$ 22 mil)

Classe C: (renda mensal domiciliar entre R$ 2,9 mil e R$ 7,1 mil)

Classes D/E: (renda mensal domiciliar até R$ 2,9 mil)

Classes Sociais C+ e B-: Novo Público-Alvo do Programa

Com a ampliação do programa, abre-se a oportunidade de atender não somente às classes sociais mais vulneráveis, mas também aquelas que, mesmo com uma condição financeira ligeiramente mais confortável, famílias ainda encontram desafios para comprar um imóvel que atenda às suas expectativas.

As classes sociais C+ e B- representam um segmento significativo da população brasileira, caracterizado por uma renda intermediária – em média 30% da população de acordo com o estudo da Tendências Consultoria.

Há aqui uma enorme janela de oportunidade para calibrar a comunicação e posicionamento das incorporadoras para abarcar essa grande fatia da população que não tem clareza com relação a ampliação do programa tão pouco com relação a qualidade e tipo de imóveis enquadrados agora também no Minha Casa Minha Vida.

Impacto na Percepção de Valor 

Podemos definir a percepção de valor como a capacidade de compreender os benefícios gerados com a relação com uma marca para aquisição de uma mercadoria ou contratação de um serviço. Pensando no Mercado Imobiliário, há um grande desafio de trazer compreensão e clareza com relação ao Minha Casa Minha Vida (Faixa 3). Oferecendo-o de maneira adequada ao público, não apenas como uma opção barata, mas como um produto excelente custo benefício, ressaltando diferenciais e com uma comunicação e ações condizentes com o público alvo.

Conclusão: Ampliando Horizonte

Com as mudanças do programa e entendo melhor o novo público que o programa habitacional abrange com suas adequações é necessário que os incorporadores, corretores, imobiliárias e os “pensadores de marketing” não subestimem a capacidade do consumidor e possam adequar suas estratégias, planejamentos e posicionamento da empresa para compreender e atender as expectativas do consumidor final. Afinal, entender o consumidor, suas motivações e modo de compra é e sempre será fundamental para conseguir atingir bons resultados.

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