Foto por Vinicius “amnx” Amano
No cenário econômico de março, os índices de preços revelaram uma série de nuances, refletindo oscilações em diferentes setores. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) registrou uma variação de -0,47%, sinalizando uma suavização em relação ao mês anterior, evidenciando uma cena de estabilidade em comparação com o mês anterior. Essa tendência é de especial interesse para o mercado imobiliário, onde o IGP-M desempenha um papel crucial como indicador de reajuste para contratos de aluguel.
Segundo André Braz, Coordenador dos Índices de Preços, a análise do Índice ao Produtor destaca alguns alimentos in natura, como laranja, ovos e mamão, como principais vetores de aceleração. Contudo, esse impulso ascendente foi moderado pelo desempenho de commodities chave no IPA, como minério de ferro, café e arroz em casca, que apresentaram variações menos expressivas. No segmento voltado ao consumidor, observou-se uma desaceleração principalmente nos grupos Alimentação e Educação, Leitura e Recreação. Já no setor da construção civil, houve uma ligeira aceleração na mão de obra, influenciando um incremento modesto na taxa média do índice.
No que diz respeito ao Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), registrou-se uma queda de 0,77% em março, uma desaceleração em relação ao mês anterior. Essa diminuição foi impulsionada principalmente pelo subgrupo de alimentos in natura, que apresentou uma taxa recuada de 5,15% para 2,17% no mesmo intervalo. Por sua vez, o estágio das Matérias-Primas Brutas apresentou uma queda de 2,71% em março, influenciada principalmente por itens como minério de ferro e arroz em casca, que intensificaram suas quedas.
No front do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), registrou-se uma variação de 0,29% em março, um recuo em relação ao mês anterior. Essa diminuição foi mais pronunciada no grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja taxa de variação decresceu de 0,11% para -1,85%. Dentre as oito classes de despesa que compõem o índice, cinco delas exibiram desaceleração em suas taxas de variação, enquanto outras, como Habitação e Transportes, exibiram crescimento.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou uma variação de 0,24% em março, um valor ligeiramente superior ao observado em fevereiro. Essas variações, que permeiam diferentes setores da economia, refletem a complexa dinâmica dos preços no país e seus reflexos no cotidiano dos consumidores e empresários.
Além do IGP-M, outros fatores influenciam o mercado imobiliário, como oferta e demanda por imóveis, condições de financiamento e tendências econômicas mais amplas. A estabilidade nos preços pode ter efeitos variados em diferentes segmentos do mercado, impactando desde a negociação de novos contratos de aluguel até o valor de imóveis disponíveis para venda.
À medida que o ano avança, será fundamental monitorar de perto como o IGP-M e outros indicadores econômicos se comportam e como essas tendências afetam o mercado imobiliário. Uma compreensão abrangente desses fatores é essencial para orientar estratégias de investimento, tomadas de decisão e negociações tanto para proprietários quanto para inquilinos, em um contexto econômico marcado por incertezas e volatilidade.
Redação VGV com informações da FGV IBRE
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