A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) anunciou, em coletiva de imprensa online realizada nesta sexta-feira (8), a revisão das projeções para o desempenho da indústria da construção em 2023. De acordo com os dados apresentados, a expectativa inicial de crescimento de 2,5% foi revista para uma queda de 0,5%. A economista da CBIC, Ieda Vasconcelos, atribui essa revisão ao impacto das altas taxas de juros dos últimos anos.
A desaceleração do setor no terceiro trimestre de 2023, com um recuo de 3,8% no PIB da construção em relação ao trimestre anterior, foi destacada como o pior resultado desde 2020. Além das altas taxas de juros, a CBIC apontou a demora no anúncio das novas condições do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, a incerteza do cenário macroeconômico e a redução de pequenas obras e reformas no início da pandemia de Covid-19 em 2020 como fatores contribuintes.
Para 2024, a previsão da CBIC é de um crescimento de 1,3%, impulsionado pela queda contínua das taxas de juros, pelo avanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e pelas expectativas positivas em relação ao mercado econômico com o novo ciclo do programa Minha Casa, Minha Vida.
Apesar da desaceleração, a construção civil continuou gerando empregos formais, com um aumento de 10,49% no número de empregos criados nos primeiros 10 meses de 2023. O setor respondeu por 14,23% do total de novos empregos formais gerados no país no mesmo período. No entanto, o presidente da CBIC, Renato Correia, alertou para o impacto do veto à desoneração da folha de pagamentos, que pode aumentar os custos para o setor.
Os dados do comércio varejista de materiais de construção e a produção de insumos indicaram uma desaceleração nas pequenas obras e reformas. As vendas do comércio varejista de materiais de construção caíram 3,0% de janeiro a setembro de 2023 em relação ao mesmo período do ano anterior.
A economista Ieda Vasconcelos expressou preocupação com a baixa taxa de investimentos no Brasil, fixada em 16,6% no terceiro trimestre de 2023, e destacou a importância de fortalecer a taxa de investimento para impulsionar o crescimento sustentado do setor.
A coletiva também abordou a perda significativa de recursos na caderneta de poupança (SBPE), uma das principais fontes de financiamento para a construção, que já registrou uma perda de cerca de R$ 81 bilhões de janeiro a outubro de 2023. A construção de unidades financiadas com recursos do SBPE teve uma queda de 32,70% nos primeiros 10 meses de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O setor experimentou uma maior estabilidade nos custos em 2023, com um aumento de 3,10% no Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) de janeiro a outubro. No entanto, a economista destacou que o custo permanece em um patamar elevado, prejudicando o setor.
O presidente Renato Correia enfatizou a importância de atuar na derrubada do veto à desoneração, argumentando que o setor precisa de estímulos, especialmente diante das carências habitacionais, de saneamento e infraestrutura no país.
Apesar dos desafios, o setor da construção continua a ser uma peça fundamental na economia brasileira, gerando empregos e contribuindo para o desenvolvimento. A CBIC destaca a necessidade de políticas que incentivem o investimento e a retomada do crescimento sustentável do setor nos próximos anos.
Fonte: CBIC
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