O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou, em sua última decisão, uma redução de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros, estabelecendo-a em 11,75% ao ano. A escolha reflete a análise do ambiente externo, que, embora menos adverso que na reunião anterior, permanece volátil.
Cenário Global Desafiador
A decisão do Copom foi influenciada pelo arrefecimento das taxas de juros nos Estados Unidos, principalmente nos prazos mais longos, e por sinais incipientes de queda dos núcleos de inflação global, que ainda se mantêm elevados em diversas nações. A determinação dos bancos centrais das principais economias em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas também foi destacada.
Cenário Doméstico e Expectativas
No contexto doméstico, os indicadores de atividade econômica estão em consonância com a desaceleração prevista pelo Copom. A inflação ao consumidor, especialmente as medidas de inflação subjacente, mantiveram uma trajetória de desinflação, aproximando-se da meta para a inflação. As expectativas de inflação para os anos de 2023, 2024 e 2025, conforme apuradas pela pesquisa Focus, giram em torno de 4,5%, 3,9% e 3,5%, respectivamente.
Projeções e Riscos
O Copom apresentou projeções para a inflação, situando-se em 4,6% em 2023, 3,5% em 2024 e 3,2% em 2025, com projeções para os preços administrados de 9,1%, 4,5% e 3,6%, respectivamente. O Comitê destaca a presença de fatores de risco em ambas as direções, tanto para alta quanto para baixa, reforçando a necessidade de cautela na condução da política monetária.
Decisão Atual e Perspectivas Futuras
Considerando a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom optou por uma redução de 0,50 ponto percentual na taxa Selic, indicando que esse ritmo de redução pode se manter nas próximas reuniões, dependendo da dinâmica inflacionária, do hiato do produto e dos riscos envolvidos.
Votos e Cenário de Referência
A decisão contou com votos unânimes dos membros do Comitê, e as projeções do Copom foram baseadas em um cenário de referência que considera variáveis como taxa de câmbio, preço do petróleo e outras. A conjuntura atual, marcada por um processo desinflacionário mais lento e um cenário internacional incerto, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária. O Copom reforça a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até a consolidação do processo de desinflação e a ancoragem das expectativas.
Fonte: Banco Central
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