Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Em meio a um cenário econômico desafiador, o programa governamental Minha Casa, Minha Vida emerge como um impulsionador crucial do otimismo no setor de construção para o ano de 2024, de acordo com uma pesquisa conduzida pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
A pesquisa revelou que 53,7% dos empresários entrevistados no setor de construção mantêm expectativas positivas para o ano corrente. Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos de construção do FGV Ibre, destaca que as recentes alterações nas regras do programa federal de habitação o colocaram novamente como protagonista, injetando um ânimo palpável na indústria.
O Minha Casa, Minha Vida, que subsidia a compra de imóveis para famílias com renda mensal de até R$ 8.000, oferecendo taxas de juros mais acessíveis do que as do mercado, já foi um dos principais impulsionadores do crescimento dos lançamentos imobiliários no segundo semestre do ano anterior. Ao lado dos descontos promovidos pelas construtoras e da expansão no segmento de alta renda, o programa desempenhou um papel vital nesse ressurgimento.
Segundo a Sondagem da Construção de dezembro, o Minha Casa, Minha Vida “já começou a movimentar o mercado, impulsionando lançamentos e vendas nos últimos meses do ano, apontando uma retomada do ciclo que começava a enfraquecer. Entre as empresas de infraestrutura, há toda uma programação de investimentos que deve contribuir para que a atividade continue a crescer ao longo de 2024”.
O estudo destaca que o subgrupo de obras de montagem, abrangendo estruturas metálicas permanentes e instalações industriais, demonstra o maior otimismo. Dos entrevistados otimistas, 71% vislumbram um panorama positivo para o setor, enquanto 30% preveem um aumento nas receitas em 2024, e 24,3% acreditam na melhoria do cenário macroeconômico.
Apesar do otimismo, as expectativas da construção são ligeiramente inferiores às médias registradas em outros setores. A coordenação de projetos de construção do FGV Ibre, Ana Maria Castelo, atribui esse otimismo moderado à percepção de que a melhoria será gradual ao longo do ano, especialmente considerando a defasagem até o início das obras dos lançamentos.
Contudo, o aumento da demanda por serviços especializados também levanta preocupações sobre a escassez de mão de obra qualificada. Com 53,7% dos entrevistados expressando expectativas positivas, o setor se prepara para um ciclo de crescimento que promete impulsionar o emprego e, consequentemente, a economia.
Entre os 14,7% que adotam uma visão pessimista para 2024, 85% atribuem sua descrença à incerteza ou à falta de confiança na política econômica do governo federal. Esse dado sugere que, embora o Minha Casa, Minha Vida esteja no centro do otimismo, desafios políticos e econômicos ainda pairam sobre o horizonte da construção civil brasileira.
Fonte: Folha de S.Paulo
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