O funding do crédito imobiliário via SBPE, linha que tem como base principal os recursos da caderneta de poupança, tem apresentado uma nova dinâmica com a captação através de novas fontes. Confira nesta análise do Portal VGV.
Se você trabalha com financiamento imobiliário – ou se necessita dele para viabilizar a venda de imóveis – provavelmente deve ter se deparado com dificuldades para obter o crédito no último ano. Não é raro o relato de correspondentes bancários, imobiliárias, corretores de imóveis e até mesmo de proprietários a respeito da lentidão na obtenção do crédito e na liberação dos recursos ou da burocracia excessiva por parte dos bancos para promover aprovações. O motivo principal é a baixa disponibilidade de recursos nesta linha de crédito.
A razão para que esta baixa disponibilidade aconteça é, principalmente, o menor número de depósitos realizados nas cadernetas de poupança (ou até mesmo os saques) especialmente em momentos de juros altos, onde menos pessoas se motivam a investir na poupança e optam por outros investimentos que remuneram melhor. Como a poupança é um dos principais itens que compõem os recursos do SBPE, menos recursos na tradicional caderneta significam menos recursos para serem emprestados pelos bancos para o financiamento imobiliário (importante citar que, por lei, os bancos são obrigados a utilizar a maior parte destes recursos neste tipo específico de crédito).
Está faltando dinheiro para financiamento imobiliário via SBPE?
Apesar de todo este cenário desafiador que traz limitações, não faltou (e não falta) crédito no SBPE. O mercado de financiamento imobiliário segue a plena vapor, com ótimos números de unidades financiadas. 2023, inclusive, deve encerrar como o terceiro melhor ano da história (atrás apenas de 2021 e 2022).
Fontes de recursos para o funding do crédito imobiliário via SBPE
Se a baixa disponibilidade de recursos da poupança estava gerando apreensão, um dado recente da Abecip (Associação Brasileira de Crédito Imobiliário e Poupança) mostra que o próprio mercado tem se ajustado a esta situação. Pela primeira vez na história, a captação de recursos através de outras fontes superou os recursos depositados em poupança que, historicamente, eram a principal fonte do SBPE. Operações como certificados de recebíveis imobiliários (CRI), letras de crédito imobiliário (LCI), letras imobiliárias garantidas (LIG), dentre outros somados, assumiram o protagonismo e ajudaram a viabilizar novos financiamentos.
Esta tendência, ao que tudo indica, veio para ficar e deve ditar a nova dinâmica do setor. Considerando que estamos vivendo um processo de educação financeira muito sólido no Brasil nos últimos anos, os investidores têm ficado cada vez mais conscientes sobre onde investir para obter mais rentabilidade, fugindo da tradicional caderneta de poupança. Felizmente, hoje existem ótimas opções de investimento que, além de remunerar bem o investidor, também ajudam a gerar o funding tão necessário para o financiamento imobiliário em nosso país.
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