Presidente do Secovi-SP, Flavio Amary, analisa a influência do desempenho positivo da economia no ambiente de negócios imobiliários. Confira!
A confiança é elemento fundamental em qualquer tipo de relação humana. Se considerarmos uma das definições para o termo - "credibilidade ou conceito positivo que se tem a respeito de alguém ou de algo; crédito, segurança - Dicionário Michaelis", iremos perceber o quanto este fator influencia o ambiente de negócios e também a economia.
Ao longo de 2017, notamos que, conforme as iniciativas da equipe econômica do governo ganhavam força e refletiam nos indicadores macroeconômicos, aumentavam gradativamente os níveis de confiança de empresários e de consumidores medidos por respeitados institutos de pesquisa nacionais.
Assim, o desempenho positivo da economia surtiu efeitos no ambiente de negócios à medida que os empresários foram recuperando a segurança para retomar investimentos e os consumidores se encorajaram a assumir compromissos, principalmente aqueles que envolvem mais longo prazo - como é o caso da aquisição de imóveis.
Em um cenário favorável, marcado notadamente pelo controle da inflação e da trajetória de queda da taxa Selic, o setor imobiliário começou a apresentar ligeira reação rumo à recuperação a partir do início do segundo semestre, e mais intensamente nos últimos três meses do ano passado na capital paulista. O mês de dezembro encerrou 2017 com resultados que surpreenderam os mais otimistas analistas do mercado.
Reação semelhante também foi observada em diversas regiões do País, com impactos em diferentes segmentos de acordo com a característica própria e a atividade econômica de cada uma delas.
Ainda para surpresa geral, o movimento ascendente do mercado imobiliário se manteve em janeiro, mês tradicionalmente marcado pela sazonalidade de início de ano e por fatores atípicos que costumam impactar a visitação aos estandes de vendas.
De acordo com a Pesquisa do Mercado Imobiliário da cidade de São Paulo realizada pelo Secovi-SP, foram comercializadas 1.692 unidades no mês. Em termos monetários, as transações totalizaram R$ 689,6 milhões, o melhor VGV (Valor Global de Vendas) para um janeiro desde 2012, ano em que foram registrados R$ 737,9 milhões (valores corrigidos pelo INCC-DI).
Esses fatos e muitos outros mostram que a recuperação do setor de fato está em curso, impulsionada por ventos favoráveis que formam uma onda positiva, um momento de oportunidades que não deve ser desperdiçado. Seja para investimento ou para moradia, o ambiente continua ideal para a aquisição de imóveis.
Diante dos cortes sucessivos na taxa básica (Selic), que saiu de 14,25% a.a. e chegou aos históricos 6,5% a.a., acreditamos também que haja espaço para ajustes das taxas de juros do crédito imobiliário, com estímulo positivo ao mercado imobiliário e à economia como um todo.
Neste patamar, a Selic torna a caderneta de poupança atrativa, tanto em termos de rentabilidade quanto no aspecto da segurança, pois quem tinha aplicações que antes chegavam a render até 1% ao mês, viu essa rentabilidade cair. E o aumento do saldo da poupança impulsiona o direcionamento de recursos para financiamentos imobiliários.
Teremos, portanto, pessoas migrando do mercado financeiro para o imobiliário que, por hora, oferece imóveis com preços reduzidos e excelente expectativa de valorização.
Contudo, para consolidar a retomada da indústria imobiliária é indispensável a manutenção da atual política monetária e do atual patamar da taxa básica de juros, do controle da inflação e dos ajustes nas contas públicas, por meio das necessárias reformas estruturais - momentaneamente suspensas.
De qualquer forma, apesar de este ser um ano atípico, afinal teremos Copa do Mundo e eleições - eventos que interferem na rotina do consumidor e afetam diretamente nossas atividades -, são boas as perspectivas para o crescimento mercado imobiliário.
O cenário econômico contribui para atrair investimentos e trazer segurança ao ambiente de negócios imobiliários, uma vez que estamos evoluindo com assuntos de extrema importância como os distratos, tema presente na pauta legislativa e que terá efeito benéfico para todos.
Flavio Amary é presidente do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) e reitor da Universidade Secovi
Autor: Assessoria de Comunicação - Secovi-SP
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