A criatividade vive sem a inovação. O contrário, não
Publicado em 07 de Julho de 2014
Por Eduardo Zugaib*
Ter uma ideia, seja em qual área for, e não colocá-la em prática é o mesmo que guardar dinheiro no colchão, sem se dar conta que ele ficará velho e perderá seu valor. Como o dinheiro, a ideia por si só, sem aplicação, é uma moeda instável demais.
Apesar de consideradas sinônimos por muitos, a criatividade e a inovação são diferentes. Podemos considerá-las irmãs, mas sempre com alguma diferença de idade. Neste contexto, a criatividade é a irmã mais velha. Ela pode nascer e existir sem que a irmã mais nova, a inovação, um dia nasça.
Nossa mente produz ideias a todo instante, grandes ou pequenas que, se não saem do plano das intenções e ganham o terreno da realização, continuam sendo apenas... ideias. Uma ideia permanece por um tempo na nossa memória consciente e, gradativamente, é soterrada pelas camadas da avalanche de informação que recebemos todos os dias, caindo no esquecimento. E lá ela fica, quietinha, até o dia em que deparamos com o que seria uma inovação equivalente a ela, aquela que poderia tranquilamente ser a irmã mais nova da nossa criatividade, só que devidamente implementada pela ação de outra pessoa. Feridos no orgulho, ainda nos justificamos:
- Olha só, que coisa! Eu tive essa mesma ideia há alguns anos e... – senta que lá vem um rosário de desculpas da nossa falta de mobilização.
Inovação é a criatividade colocada em prática, o passo seguinte. É a ideia que vai para o papel e, dali, para o mundo real, onde é transformada em soluções, trazendo muitas vezes novas respostas para antigos problemas. Como Theodore Lewitt, da Harvard Business School afirma, “Criatividade é pensar coisas novas. Inovação é fazer coisas novas". Há muita diferença entre o imaginar e o colocar em prática.
Inovar é transformar o “absurdo” de uma ideia em algo lógico, prático, eficaz e reconhecido como solução. Inovar é gerar caminhos alternativos, buscando novas soluções até mesmo para aquilo que aparentemente está bem. Trazer esse raciocínio para o campo pessoal também é um grande negócio. Apenas pensar em mudar, em buscar alternativas para comportamentos e padrões mentais viciados é bem diferente de mudar de verdade. Envolver-se é diferente de comprometer-se. A mudança real pede comprometimento, uma moeda que no nosso desenvolvimento pessoal, é muito valiosa.
Ter uma ideia, seja ela para aplicação em qual área for, mas não colocá-la em prática é o mesmo que guardar dinheiro no colchão, sem se dar conta que ele ficará velho e perderá seu valor. Como o dinheiro, a ideia por si só, sem aplicação, é uma moeda instável demais.
*Eduardo Zugaib é escritor, profissional de comunicação e marketing, professor de pós-graduação, palestrante motivacional e comportamental. Ministra treinamentos nas áreas de Desenvolvimento Humano e Performance Organizacional.
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