A força do Grande ABC - por Milton Bigucci
Publicado em 17 de Maio de 2011
Vivencio e trabalho no Grande ABC há mais de 50 anos (desde 1960), desde o nascedouro e desenvolvimento da indústria automobilística, desde a época dos grandes conflitos de adaptação entre Sindicatos de Trabalhadores e empresas, desde as famosas greves, quando conheci meus amigos sindicalistas Nelson Campanholo, Mário Ladeia, Jair Meneguelli, Vicentinho, Djalma Bom e Guiba Navarro, dentre outros. Amadurecemos todos com essas experiências. Eu era apenas um trabalhador da Mercedes Benz.
Durante os últimos 20 anos tive oportunidade de comparar o Grande ABC com as macro-regiões do interior do Estado de São Paulo. Como era vice-presidente do Interior do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) e visitava constantemente as oito regiões: Campinas, Jundiaí, Sorocaba, Bauru, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Baixada Santista e ABC, presenciei o crescimento de todas. Também como diretor da FIESP, acompanhei esse desenvolvimento do Interior do Estado de São Paulo.
O Grande ABC em certas épocas, ficou para trás, foi ultrapassado.
E hoje? Graças a um trabalho sério dos prefeitos e políticos da região, com políticas públicas voltadas para a sociedade e das entidades privadas civis, voltamos a ser destaque. Cada um fazendo a sua parte. É lógico que ainda temos problemas. E muitos.
Temos alguns exemplos de união dos poderes públicos do Grande ABC com as entidades privadas. A presença dos deputados eleitos, independente do partido político, na Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC (ACIGABC), visando melhorar o ABC. O Consórcio dos Prefeitos trabalhando unido. A eleição do presidente (empresário) para a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, e a vice para o sindicalista dos químicos.
Esta união entre o poder público, os empreendedores, e os trabalhadores é que faz o sucesso de uma região.
O Grande ABC assume o 4º lugar como pólo consumidor no País e deve superar neste 2011 R$ 48 bilhões em gastos com aquisição de produtos e serviços, perdendo somente para as capitais São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, segundo a empresa de pesquisa IPC Marketing Editora, baseada em dados do Ibope, IBGE e Ministério da Fazenda. Superamos Belo Horizonte, que passou para o 5º lugar. Os números do Grande ABC vão bem, com destaque nesses dados para São Bernardo do Campo (+1,91%), embora a nível nacional caímos de 2,03% para 1,96%.
Destaque também para o recuo da Classe C (2,35% na região), subindo na pirâmide social. Excelente. E avanço excepcional da classe B (11,35%), famílias com renda entre R$ 2.750,00 e R$ 9.099,00.
Os grandes sonhos estão se realizando. Para quem mora de aluguel, a casa própria está aí, mais próxima, com facilidades de compra, de financiamento e prazos. Para viajar idem. Para comprar carro também. O emprego continua em alta. É nítida essa visão otimista da região. Esperamos que assim continue.
Parabéns Grande ABC e que os agourentos de plantão ou pessimistas que nada de útil acrescem, repensem as suas atitudes e ajudem a construir, dar emprego e empreender, ao invés de destruir. Vamos construir com mais amor.
* MILTON BIGUCCI, Presidente da construtora MBigucci, presidente da Associação dos Construtores, Imobiliárias e Administradoras do Grande ABC, Membro do Conselho Consultivo Nato do Secovi-SP, Diretor do Departamento de Construção Civil da FIESP, autor dos livros “Caminhos para o desenvolvimento”, “Somos todos responsáveis – crônicas de um Brasil Carente” e “Construindo uma sociedade mais justa”, e membro da Academia de Letras da Grande São Paulo, cadeira nº 5, cujo patrono é Lima Barreto.
Comentários