Miami: oportunidades na crise - por Jeremias Rodrigues
Publicado em 03 de Agosto de 2011
Essa procura por imóveis na Flórida aumentou bastante nos últimos dois anos. Enquanto o mercado norte-americano sofre com uma crise prolongada, que reduziu o crédito local, os brasileiros remam na direção contrária. Com a economia em ritmo acelerado, os compradores se aproveitam do real valorizado frente ao dólar para investir em imóveis de fino acabamento. Além disso, ganham uma opção a mais de férias para levar familiares e amigos a uma cidade que oferece segurança e boa qualidade de vida graças às suas praias e ao clima.
Para se ter uma idéia, os imóveis nos Estados Unidos são vendidos a preços 50% menores do que há quatro anos. Na região de Miami, é possível encontrar apartamentos a partir dos R$ 300 mil, os “condo hotéis”. Esses imóveis, que se parecem bastante com flats, têm taxas de ocupação de até 80% e podem gerar renda quando não estiverem sendo utilizados – o aluguel diário a terceiros pode variar de US$ 200 a US$ 500. Há também opções de imóveis residenciais, como casas de férias e para temporadas, além de imóveis comerciais. O imposto de propriedade – IPTU local – representa cerca de 2% do valor de venda, ao ano.
O processo de compra não é complicado, mas é preciso conhecer a legislação norte-americana e ter um bom acompanhamento de profissionais qualificados para garantir a realização de um bom negócio. Existem algumas regras básicas, que têm de ser obrigatoriamente seguidas. Quando decidir pelo imóvel, por exemplo, o comprador deve fazer um depósito de 10% do valor total de compra, o que lhe dá a garantia de reserva. Depois disso, o cliente recebe o contrato e tem um prazo de três dias para analisar as cláusulas e as regras do condomínio – no caso de apartamentos.
Também existe a possibilidade de fazer um financiamento, pagando os juros cobrados nos Estados Unidos para financiamentos imobiliários, que hoje são mais baixos do que no Brasil, a partir de 3,5 % ao ano. Para isso, porém, é preciso ter um cadastro em um banco norte-americano e se submeter às regras locais de aprovação do crédito, que agora são bem mais restritas para evitar calotes.
Não é obrigatório viajar para fechar o negócio, uma vez que é possível fazer tudo por meio de uma procuração a um representante na Flórida. No entanto, é recomendável que o comprador visite pessoalmente o imóvel. Basta um passaporte, dinheiro para a entrada média de 30% e crédito para efetuar a compra. O idioma não é um problema, pois já existem profissionais fluentes em língua portuguesa para acompanhar os compradores nas visitas aos imóveis e outros procedimentos.
Como se percebe, comprar um imóvel em Miami não é nenhum bicho de sete cabeças. É uma boa opção para quem tem dinheiro guardado, seja pelo luxo e conforto de um imóvel no exterior, ou simplesmente como investimento. Agir rápido, porém, é importante. Em 2009 havia mais de 20 mil imóveis à venda na região de Miami e hoje eles não chegam a 3 mil. Diante desse quadro, a tendência é haver uma valorização em função da grande demanda e a redução constante da oferta.
* Jeremias Rodrigues é diretor da Jeremias Rodrigues Imóveis de Alto Padrão
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