O mercado imobiliário de escritórios em São Paulo está testemunhando um ressurgimento notável, impulsionado pelo retorno gradual ao trabalho presencial e pela crescente confiança na economia brasileira. Um estudo recente da Colliers International revela um aumento significativo na absorção bruta de escritórios na capital financeira do país, indicando uma tendência positiva para o setor.
De acordo com os dados fornecidos pela Colliers International, a absorção bruta de escritórios em 2023 totalizou impressionantes 445.159 metros quadrados, representando um aumento de 17% em relação ao ano anterior. Mais de 50% dos contratos foram atribuídos a escritórios das classes A e A+, refletindo a preferência das empresas por espaços de alta qualidade.
O último trimestre de 2023 destacou-se como o melhor período de negócios desde 2019, registrando uma absorção adicional de 81 mil metros quadrados. Esse aumento é atribuído à combinação de um clima econômico favorável e à consolidação do modelo de trabalho híbrido, com mais dias dedicados ao trabalho presencial.
Paula Casarini, CEO da Colliers, enfatiza a importância do retorno ao trabalho presencial na dinâmica do mercado imobiliário. Ela afirma que as empresas estão reavaliando suas necessidades de espaço, reconhecendo os benefícios do ambiente de trabalho colaborativo para a cultura organizacional e a inteligência coletiva.
A busca pelo espaço ideal tem gerado um aumento nos contratos de sublocação, à medida que as empresas compartilham os espaços ociosos resultantes da nova dinâmica de trabalho. Essa flexibilidade nos contratos reflete a disposição dos proprietários em manter seus ativos ocupados e adaptados às necessidades do mercado.
São Paulo em Foco: Movimentação e Desafios no Mercado de Escritórios
Apesar do aumento na absorção de escritórios, o estoque em São Paulo permanece substancial, totalizando 3,4 milhões de metros quadrados, com uma taxa média de vacância de 23%. No entanto, algumas regiões, como Pinheiros, Itaim Bibi e Nova Faria Lima, registraram uma vacância inferior a 10%, indicando uma demanda concentrada em áreas específicas da cidade.
Ricardo Betancourt, executive Chairman da Colliers International, destaca a natureza cíclica do mercado de escritórios, com empresas buscando empreendimentos mais modernos e próximos dos centros financeiros durante períodos de retração e explorando opções mais acessíveis nas extremidades durante fases de aquecimento do mercado.
Os setores de tecnologia, financeiro, saúde, indústria química e seguros emergiram como os principais impulsionadores da demanda por escritórios corporativos em São Paulo. Além disso, os “family offices” têm desempenhado um papel significativo, especialmente em produtos de categoria boutique.
Embora os preços médios de aluguel tenham aumentado ligeiramente em comparação com o ano anterior, algumas regiões, como JK e Nova Faria Lima, continuam a praticar valores acima de R$ 200 por metro quadrado. O Itaim Bibi lidera como o local mais caro para locação, com uma média de R$ 240 por metro quadrado e uma vacância excepcionalmente baixa de 5%.
Transformação nos Escritórios: Adaptações Emergentes no Design e Mobiliário
O retorno ao trabalho presencial também está impulsionando mudanças significativas no design e mobiliário dos escritórios. De acordo com uma pesquisa da CBRE, a maioria dos colaboradores e executivos prefere interações presenciais e valoriza uma estação de trabalho fixa. Isso está levando as empresas a reavaliarem seus layouts, priorizando espaços mais amplos e flexíveis, além de investirem em mobiliário ergonômico e sustentável para promover o bem-estar dos funcionários.
À medida que as empresas se preparam para receber seus colaboradores de volta aos escritórios, o mercado imobiliário de escritórios em São Paulo continua a evoluir, adaptando-se às novas demandas e prioridades do mundo pós-pandemia. Com o aquecimento do mercado e a retomada da economia, espera-se que essa tendência de crescimento persista, oferecendo oportunidades significativas para investidores e locatários no setor imobiliário da cidade.
Redação VGV com informações do Valor Econômico
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