Foto por Bruno Scramgnon
Apesar dos desafios enfrentados, o mercado imobiliário brasileiro em 2024 também revela oportunidades de crescimento e adaptação diante de mudanças significativas. A fuga de recursos tanto do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) quanto da poupança, juntamente com a persistência de taxas de juros elevadas, estimula a busca por soluções inovadoras e o surgimento de alternativas promissoras no cenário imobiliário nacional.
Menos recursos do FGTS para financiar a casa própria
Dados da Caixa Econômica Federal revelam que o crédito imobiliário com recursos do FGTS experimentou uma queda de 20% em sua participação no mercado durante 2023. Este declínio é em parte atribuído aos saques extraordinários e de aniversário, totalizando R$ 60,5 bilhões no último ano, superando pela primeira vez os saques por demissão sem justa causa.
A poupança menos atrativa reduz a oferta de crédito
A debandada de recursos da poupança também impacta significativamente o mercado imobiliário. Em 2023, a caderneta registrou uma perda de R$ 87,8 bilhões, com investidores buscando alternativas mais rentáveis. Essa diminuição afeta diretamente o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que financia imóveis de até R$ 1,5 milhão com juros subsidiados.
Consequências para o mercado
Esses cenários têm várias implicações para o mercado imobiliário. A oferta de crédito para aquisição de imóveis diminui, especialmente para a classe média, que depende do SBPE. Com a escassez de recursos, os bancos tendem a elevar as taxas de juros dos financiamentos, o que pode tornar a aquisição de imóveis mais onerosa para os compradores. Além disso, a perspectiva de menor demanda por imóveis leva as construtoras a reduzir o ritmo de lançamentos, o que pode impactar tanto a atividade econômica do setor quanto a disponibilidade de opções de moradia para os consumidores.
Perspectivas para 2024
As projeções para o mercado imobiliário em 2024 permanecem incertas. A Abecip prevê um crescimento de 3% no crédito imobiliário, impulsionado pelos financiamentos do FGTS. Por outro lado, a CBIC estima um aumento de 15% nos empreendimentos com recursos do FGTS e do Minha Casa, Minha Vida.
O que esperar?
O futuro do mercado imobiliário em 2024 dependerá de vários fatores, incluindo a trajetória da taxa Selic, a recuperação econômica e a confiança do consumidor. No curto prazo, o mercado enfrentará desafios, mas iniciativas como o FGTS Futuro podem contribuir para impulsionar o crédito imobiliário para a população de baixa renda.
Outras alternativas:
Outras alternativas também estão disponíveis. O financiamento com FGTS requer algumas condições, como pelo menos 3 anos de trabalho com carteira assinada, além de oferecer uma opção viável para aqueles que atendem aos critérios estabelecidos. Já o financiamento no SFI (Sistema de Financiamento Imobiliário) permite o financiamento de imóveis acima de R$ 1,5 milhão. No entanto, é importante notar que os juros são geralmente mais altos e a entrada pode chegar a 100%, o que pode representar um compromisso financeiro mais elevado para os compradores.
O mercado imobiliário brasileiro enfrenta uma fase de transição, com a fuga de recursos do FGTS e da poupança impactando a oferta de crédito e elevando as taxas de juros. As perspectivas para 2024 ainda são incertas, mas medidas como o FGTS Futuro podem desempenhar um papel crucial para estimular o mercado.
Redação VGV com informações da CNN e Poder 360
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